50 tons de cinza: fortuna e infâmia

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Bom dia! Como estão vocês? Após todo esse "bafafá" que foi e tem sido a estréia de Cinquenta tons de cinza, me senti em plena obrigação como escritora e leitora voltar ao blog para dar uma palavrinha. Pois bem... Até uma semana atrás apenas ouvia boatos sobre filme e/ou livros e me sentia no direito de comentar sobre eles sem uma argumentação plausível para o assunto, e, infelizmente, é o que anda acontecendo pelas redes sociais. Baixei os livros pela internet e fui ler. No momento, estou no terceiro livro. Tornou-se, realmente, uma leitura agradável visto que não lia nenhuma obra literária há tempos.

A obra Cinquenta tons de cinza traz um homem bonito, controlador e incrivelmente rico para sua idade, se estou certa: 28 ou 29 anos. Mas isso, contudo, no mundo atual, não é algo surpreendente. Temos grandes exemplos por aí, Mark Zuckerberg é um deles. E por conseguinte Anastasia, uma menina de olhos brilhantes que gosta de morder o lábio inferior repetidas vezes durante o dia. A típica garota tímida que se sente feia, mas, pelo acaso, é majestosamente linda.

Erika L. James se inspirou em Crepúsculo para criar sua trilogia e escrevia fanfics (estórias escritas por fãs inspiradas em algum filme, seriado, anime, mangá, livros, entre outros) na internet. Já notaram que Cinquenta tons, em seu enredo mais cru e profundo, trata, para não dizer da mesma estória, de uma muito parecida? Mudando personagens, aderindo mais sexo e sem caninos a vista. E, talvez, fosse isso que muitos fãs de Crepúsculo estivessem a espera. Eu, como exemplo, achei que Cinquenta tons foi sim uma melhora, mas não deixa de ser muito Edward e Bella.

Falei, falei e falei! Porém, acredito eu, o que todos e qualquer um quer realmente saber é: e os açoites, as cordas, os cintos, chicotes, gravatas...?

Faço Direito, meus caros. Como eu poderia concordar? E não digo que todos que fazem são contra porque cada pessoa com um cérebro, não é mesmo?! Entretanto, essa não foi uma escolha minha e sim de Anastasia. Se ela, caso sufocada ou sendo forçada a fazer o que Christian Grey queria, poderia tê-lo denunciado, contudo preferiu não fazê-lo; então esse já não é mais um problema de certo ou errado, e sim do que ambos concordam em fazer e ter como hábito saudável. Caso essa fosse uma situação de constante tortura física, como quando Grey agrediu Anastasia fisicamente (alerta de spoiler) no primeiro livro, então sim: alguém deveria ter intervido, até mesmo a própria Anastásia. Apesar de que, no Brasil, temos a Maria da Penha e, por mais que tenha sido consentido, isso, na minha concepção, não deveria ter acontecido nem em uma primeira vez.

Por quê? Vivemos em um mundo de constante desenvolvimento evolutivo psíquico, e, talvez, o filme Cinquenta tons de cinza não tenha acompanhado esse processo. Lutamos, gradualmente, para a conquista dos direitos das mulheres e, vendo por esse lado, E. L. James violou demasiadamente essa "metodologia" funcional. Porém, novamente, devo reparar o curso das minhas próprias palavras: Christian Grey sofre de problemas psicológicos, como ele mesmo se trata apesar da sua auto-aversão: um sádico. E, no livro, Christian faz tratamentos e espera melhorar porque ama Anastasia.

Por fim, minha opinião sobre a trilogia de Erika é imparcial, mas em relação a Christian Grey e Anastasia tenho meus prós e contras. Em contrapartida, acredito eu que nenhum livro ou filme é perfeito suficiente para agradar a todos e nem ruim o suficiente para não agradar a ninguém. Abraço da literata!


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3 comentários:

  1. Enfim voltou, não é mesmo, moça?! Já faz tempo que li o post, mas somente hoje me senti a vontade e com tempo suficiente para poder comentar algo de mesma grandeza.
    Como já citou sobre as opiniões a respeito do assunto ( livro e filme ) de pessoas que nem leram ou viram esses, me sinto um pouco desconfortável para redigir uma opinião. Entretanto o que venho ressaltar está longe de uma crítica literária.
    Apesar de toda a repercussão que teve 50 Tons de Cinza, ainda me mantenho firme no fato de que o tema de tal livro não me interessaria em uma leitura posterior. Acredito também que o mesmo livro deveria ser mais filtrado quando o assunto a ser tratado é das pessoas que o leem. O mesmo vale para o filme.
    Não abrangendo o conceito de certo ou errado, pois acho que existe uma linha tênue entre tais elementos, e que ainda vivem em constante mudanças para cada indivíduo. Mas o que ressalto é aquela garota ( especialmente garota ) que não conhece nada do mundo sexual, que tem sua mente trancada em conceitos primários, ler tal livro e achar que o relacionamento dos dois protagonistas é algo saudável. Um cara perfeito, rico e galanteador. Não é segredo algum que a riqueza gera segurança para a mulher. E além do mais, a coringa do baralho, o cara faz a mulher ter uma série de orgasmos em um curto período de tempo. Que homem dos sonhos, não? Temo que a figura desse homem se torne uma ambição para garotas e/ou adolescentes que estão entrando no mundo de relacionamentos por agora.
    Também coloco em pauta o fato da maturidade, não só sexual, mas para poder ver um filme de tal cacique. Não é bem um programa que você vá chamar sua mãe para te acompanhar, ou então até mesmo seu namorado tímido. Li muitas críticas a respeito da versão para o cinema, e eu concordo com alguns que o roteiro tinha sim que ser mudado. É utopia querer ver seu livro favorito em tela, sendo retratado fielmente frase por frase, capítulo por capítulo.

    Não anseio em ler os livros, mas quem sabe um dia eu até possa assistir ao filme. Abraço! Sucesso sempre!


    **Enfim... Fico feliz que tenha voltado. Espero mais resenhas de filme e livros. Como citou que está fazendo direito, apoio um blog que envolva o assunto. Filmes e livros sobre o universo das leis e suas vertentes. Casos jurídicos da atualidades curiosidades do passado, mas sempre com um lado imparcial.

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    1. AHAZOU! LACROU! INFLAMOOOOU!

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    2. Concordo. Porém, infelizmente, não posso retratar em resenha uma realidade que já se tornou muito além de possível, afinal, como você disse, trata-se de uma crítica literária. Mas em relação a esse assunto, digo que o Brasil, e não somente o Brasil, não estava preparado para receber esse lado da liberdade de expressão. Pois, como até citei na resenha, o filme não acompanhou o processo mental evolutivo de algumas sociedades. Tanto que é comum encontrar em redes sociais como o instagram fotos de garotas indo a estréia do filme com algemas entre outros objetos de aspecto ou cunho sexual. Entretanto! Nem livro nem filme trouxeram uma temática reflexiva ao assunto "masoquismo sexual" como ideia principal, realmente o objetivo é apenas mostrar um homem com gostos singulares e uma mulher que adere a eles, e, posteriormente, decorre daí um relacionamento.

      Obrigada pelo apoio! Abraço.

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