Fã de carteirinha: Legião por Legião

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Do que você gosta em literatura?
RR – Ultimamente, eu não tenho lido muita ficção, eu tenho lido biografias, eu gosto muito de biografias. Bem, Shakespeare eu sempre leio. Mas, virtualmente, eu leio qualquer coisa... Histórias de feiticeiros, de terror, Stephen King, eu adoro... Bem subliteratura mesmo, adoro coisas bem horripilantes. Mas também leio coisas sérias para estudar linguagem. Ultimamente, eu leio muito Drummond, pode escrever aí – eu amo o Drummond, para mim só existem dois: o Fernando Pessoa e o Drummond. Entrevista a Bia Abramo, Bizz, abril de 1986.             
Legião Urbana é o tipo de banda que apenas a discografia baixada não basta, temos que colecionar todos os CD's e, talvez, num futuro distante ou próximo ter todos os discos em vinil. Renato Russo foi um grande compositor, e até quem não gosta de rock consegue reconhecer seus atributos, afinal nosso Manfredini Júnior marcou história no Brasil e sua banda é, até os dias atuais, conhecida como influente na comunidade do rock nacional.

Vamos entender como um só Deus ao mesmo tempo é três? Para isso iremos contar com duas fontes de pesquisa: Conversações com Renato Russo e Renato Russo – O filho da revolução. O primeiro livro foi feito no modelo de perguntas e respostas, contando com todas as principais participações ou entrevistas de Renato e algumas introduções sobre os assuntos tratados. Já O filho da revolução foi uma biografia feita por Carlos Marcelo, que conta desde antes do nascimento de Renato até sua morte e depois dela, inclusive com ensaios de algumas de suas letras mais famosas e fotografias íntimas do nosso revolucionário.

Conversações com         
R E N A T O  R U S S O     




Polêmico, inquieto, criativo e carismático. Assim era Renato Russo, o grande poeta do rock brasileiro dos anos 80 e 90. Nesta seleção de suas melhores entrevistas, ele está mais vivo do que nunca. Conta os segredos do sucesso do Legião Urbana, faz declarações reveladoras sobre sua vida e sua carreira, e opina sobre temas instigantes – música, política, comportamento, sexualidade, drogas... Em cada frase, a ousadia de um artista que se transformou no guru de gerações de jovens brasileiros.





Um livro rápido e objetivo, caso pretenda saber sobre Renato Russo de forma externa, Conversações com Renato Russo é o recomendado. As entrevistas citadas no livro contêm muitas informações diretas sobre o poeta levando em conta a opinião do próprio. Renato foi conhecido pela sinceridade em suas respostas e os espinhos em sua fala crítica, tendo isso em vista, a maioria das citações são verídicas.

Conversações é o livro certo para saber qual a comida preferida de Renato, ou qual ele não gostava. Que cueca ou perfume ele preferia, ou qual era a opinião de Russo sobre a Aids antes mesmo que ele a tivesse. Segue abaixo alguns trechos do livro que tratam de curiosidades comuns sobre Renato Russo.
Como foi que a música entrou em sua vida?
RR – Me contam que aos dois anos de idade eu já punha o disco do Frank Sinatra de volta na capa certa. Quando chegou a adolescência, meu sonho era formar uma banda. Minha família é muito musical. É coisa de gente que tinha piano na sala. Tanto do lado do meu pai, que é paranaense, quanto do lado da minha mãe, que é pernambucana.
Como foi enfrentar o mundo machista do rock para você que é homossexual?              
RR – O mundo do rock não é bem assim. Ele é misógino. O que vale nesse mundo não é saber se você é gay ou não. É saber quem é o mais louco, quem vende mais disco, quem ganha mais dinheiro. Era aquela coisa de querer se mostrar, do exibicionismo, da vaidade mesmo. De se transformar em um ídolo.
 R E N A T O  R U S S O
O filho da Revolução




O livro traz informações sobre Renato Russo, o líder da Legião Urbana e considerado por muitos como um dos maiores ídolos do rock brasileiro. Letras e documentos descobertos pelo autor revelam aspectos pouco conhecidos da trajetória do artista - paixões, angústias, sonhos e confissões. A obra conta com mais de cem entrevistas, incluindo depoimentos de Dado Villa-Lobos, Dinho Ouro Preto, Herbert Vianna, Millôr Fernandes, Ney Matogrosso, Tony Bellotto e vários amigos anônimos. Edição especial com ensaio inédito sobre a música Faroeste Caboclo.




Que tal saber a história por trás da estória? Ao contrário de Conversações, O filho da revolução traz uma biografia integral, com todo e qualquer detalhe sobre a vida de Renato, até mesmo a trajetória de Aborto Elétrico e Legião Urbana. Com ensaios de muitas músicas vistas na carreira do poeta, e depoimentos de grandes personas do mundo da música, assim como o de amigos e parentescos. A biografia começa com o Regime Militar até o nascimento de Renato Russo, e é então que muitos pontos desconhecidos são revelados.

Não costumo ter uma música favorita de Legião, mas hoje escolho Soldados na versão do Disco 02 de Música para acampamentos, onde Renato fez uma homenagem a Cazuza em sua morte. E para vocês, legionários e legionárias, qual a preferida do dia?



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8 comentários:

  1. Renato Russo é foda, não sabia que tinha livros, mas já assisti o filme, curto algumas musicas :D
    Flor, gostei bastante conhecer seu cantinho. Poderia visitar o Doce Literário? Obrigada, beijos http://doceliterario.wordpress.com/

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    1. Têm muitos em comparação a outros artistas nacionais, Amanda. São biografias interessantíssimas, vale a pena ler. Visito sempre seu blog, flor! É lindo e de ótimo conteúdo, afinal.

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  2. Oi Érica,eu vi seu comentário na resenha do livro Da boca para dentro no meu blog e gostaria de te informar que os exemplares são adquiridos com a autora,caso estiver interessada me dê um retorno.

    Abraços e eu adorei o blog.

    www.fonte-da-leitura.blogspot.com

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    1. Me interesso muito, flor! Eu sou apaixonada por crônicas, já fiz a resenha de um dos livros da Bruna Vieira aqui e, assim como eu, muitos gostaram.
      E muito obrigada, eu sou fã do seu! Beijos.

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  3. "Prefiro Humberto." Mesmo que essa frase tenha sido pronunciada( e será ainda mais ) por mim, eu não abandono o meu gosto e respeito por Renato e toda a Legião. Um ótimo post, princesa. Renato deixou a gente querendo mais um pouco daquele homossexual revoltado, que tanto tinha de brasileiro e tão pouco tinha de russo. Tá, desculpa pelo trocadilho. Desculpa nada! Apesar de toda nossa briga por essas bandas nacionais, eu ainda vou te presentear com música e suas vertentes. Sabe por que? Porque é meu mundo. Não vivo sem música, você sabe disso. Não vivo sem Engenheiros e vou te fazer dependente dessa droga que é o Rock Nacional. Viva Raul! Viva Renato! Viva Legião!

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    1. "Prefiro Legião." Na verdade, agora você prefere Fresno... parei. Como se eu já não fosse! Eu gosto muito de Engenheiros, sou aquele tipo de fã que curte, mas têm outras preferências. Porém, acho que nunca serei cega de amores pelo Humberto como você é, apesar de apreciar e admirar muito o cantor/compositor. Viva ao rock nacional!

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  4. Oi Érica, tudo bem? Eu desconhecia esses livros sobre Renato Russo, acho que por eu não ter tanto interesse em Legião Urbana (não que eu não goste, mas não sou fã nem nada do tipo). Eu gosto bastante de livros sobre pessoas reais, as vezes são muito mais interessantes que livros completamente fictícios, pois ao ler a gente sabe que tudo aquilo é verdade e que realmente aconteceu :)

    Beijos
    Débora - Clube das 6
    http://www.clubedas6.com.br/2014/05/silo.html

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    1. Oi, Débora! Bem, e você? Além desses há muitos outros, ainda pretendo apresentá-los aqui. Eu também sou fã de biografias, as histórias parecem totalmente fictícias e, mesmo assim, há sempre algo para nos lembrar que aquilo realmente aconteceu. Beijos!

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