A importação do clichê hollywoodiano para o cinema nacional

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A sétima arte, como é chamado o universo cinematográfico, veio crescendo drasticamente no Brasil nos últimos anos. Mas o que incomoda nos filmes brasileiros é a falta de originalidade, pelo menos na grande maioria deles. E o infelizmente da história é que são esses filmes que ganham proporções midiáticas no país e que ficam em cartazes por meses até. 

O mais novo filme a ser lançado e a ser carimbado com o selo de "clichê hollywoodiano" é o "Tamo Junto"(foto acima), que tem estreia definida para dia 8 de Dezembro. O filme de comédia conta com ótimos atores no elenco, como: Fernanda Souza, Fábio Porchat, Antônio Tabet, Sophie Charlotte e Rafael Queiroga. Só pelo elenco, o mínimo que se espera é uma comédia boa, daquelas que te satisfaz. Entretanto, o enredo proposto pelo trailer não é do melhores, ou melhor dizendo, dos mais originais.

A história mostrada é de um cara recém solteiro que vai (re)descobrir a vida só, voltando para o berço de amigos e farras regadas a bebida e mulheres. Embora parece ser focada na versão de o quanto a vida de solteiro pode ser difícil, ou pegando emprestado uma definição dada no filme, uma "merda". Sua vida parece ir voltando aos trilhos quando reencontra uma velha paixão de adolescente (quantas vezes você já não pagou pra ver isso no cinema? Perdeu as contas? Então.). E o que parece uma nova história de amor sendo escrita é interrompida por um casamento da velha conhecida do ator, e atual "crush" (vejam só, mais um clichê). A partir daí é esperar para ver o que acontece no cinema. 

Um outro filme que foi lançado recentemente e teve como atriz principal a Kéfera, é um exemplo claro da importação do clichê hollywoodiano. Dessa vez foi até pior, importaram o modo de vida e a cultura de um outro país, Estados Unidos, e colocaram goela abaixo no padrão brasileiro de ser. 
"É Fada", como o filme foi chamado, traz para os cinemas brasileiros "fada do dente", "garota que sofre bullying na escola" e "grupo de meninas que praticam bullying na escola". Mais uma vez me vem a pergunta de quantos filmes não existem com esse enredo, ou então, com essas características. É simplesmente falta de originalidade de criar um filme "teen", mas com um universo da cultura brasileira. De fato houve sim agrado para um determinado público, mas é um desperdício que filmes assim sejam patrocinados com incentivos do Ministério da Cultura, enquanto outras ideias mais originais ficam escassas, empoeiradas em velhos VHS.

O cinema brasileiro tem sim porte para fazer filmes bons. Temos ótimos diretores e excelentes atores espalhados por aí. Ao meu ver, com um achismo exacerbado, falta coragem de expor novas idéias ou então, falta de recursos financeiros para tal. Além do mais, o que mais está em alta agora é contracenar com youtubers. 

Deixo então, pra finalizar, exemplos de como o original rendeu filmes excelentes para o cinema e para nossa cultura; Central Brasil, O Auto da Compadecida, Cidade de Deus, Carandiru, Tropa de Elite e Que Horas Ela Volta, são exemplos do que deu certo no cinema nacional.
Francamente, Brasil. Temos muito mais que mostrar ao mundo e ao nosso povo, do que uma comédia barata, genérica e repetitiva. 




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