(Resenha) Marcados – Caragh M. O’Brien

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Título: Marcados
Autor(a): Caragh M. O’Brien
Páginas: 368
Editora: Gutenberg

No futuro, o mundo é árido e hostil, dividido entre os que moram dentro do conforto da muralha, o chamado Enclave, e os que duramente tentam sobreviver no miserável lado de fora, como a jovem Gaia Stone. Aos 16 anos, assim como sua mãe, segue o ofício de parteira, e cumpre sem questionar o dever de entregar uma cota dos recém-nascidos para o Enclave. Porém, sem que ela entenda o porquê, seus pais são presos pelas mesmas pessoas a quem eles sempre serviram e desaparecem. Os esforços de Gaia para resgatá-los a levam para dentro da muralha, e ela acaba descobrindo a existência de um código, cujo significado pode colocar muita coisa em risco, mas que também ameaça sua vida e a segurança de sua família. 


Nesta terça-feira (24/06), fui pega de surpresa ao receber meu primeiro livro em parceria com o Grupo Autêntica. Algum tempo atrás, havia recebido um e-mail com os lançamentos das editoras Autêntica, Gutenberg, Nemo e Vestígio – e como grande admiradora dos livros publicados pela Gutenberg, escolhi logo um da editora.

Marcados (Birthmarked) é o primeiro volume da trilogia de Caragh M. O'Brien, a escritora teve seu livro publicado em 2010 (em inglês), e em 2014 sua edição em português foi lançada pela Gutenberg. Uma aposta incerta esperando para explodir em sucesso. Em Marcados, Caragh nos apresenta Gaia: uma personagem acomodada com a vida que leva até que tudo se vire contra ela. Diferentemente do que temos hoje (2014), a sobrevivência em meados de 2400 é resumida à falta de água, recursos básicos extremamente raros e a humanidade está a beira da extinção. Aparentemente, o futuro está numa lista de nomes e datas.

"A cabeça da criança rolou com uma sacudidela familiar, sua pele era vermelha e, com um movimento descoordenado de braços, o bebê deu seu primeiro choro, quase um miado, de indignação: a indignação de estar vivo."

Gaia Stone é uma parteira, assim como sua mãe Bonnie. A família Stone sempre serviu fielmente ao Enclave – tipo de governo instalado pela família do Protetorado –, tendo entregado dois de seus filhos às muralhas. Gaia, portanto, não foi criada por uma das famílias ricas do Enclave porque parte do seu rosto foi queimado quando ainda uma criança. A população de Wharfton – cidade fora das muralhas do Enclave, onde Gaia vive – deve cumprir a cota de bebês todo mês, cerca de três, esse número podendo elevar de acordo com a necessidade de mais adoções. No entanto, as crianças entregues devem estar em perfeito estado de saúde, então a mãe receberá uma indenização por servir ao Enclave.

Ao ler Marcados tive a impressão de estar frente a um governo ditatorial e uma sociedade parte comunista, parte capitalista. Caragh, com toda certeza, arriscou na criatividade e inovou. A escritora trouxe a ideia dos "dois lados da moeda", a manipulação e a verdade – o Estado rico e o Estado pobre. A narrativa crua e descritiva do livro foi o ponto chave para incorporar a estória e deixar qualquer leitor querendo mais. 
"Com uma heroína impulsiva e espirituosa, do tipo que os leitores adoram." comentário por Booklist
O mais interessante do livro, porém, foram os personagens: Gaia, Leon, Persephone, Bonnie, Yvonne e todos os outros demonstram personalidades marcantes durante a trama, cada um tendo sua história e suas cicatrizes internas. A capa é um código, e ao decorrer da estória cada pequeno ponto dela fará sentido, desde a fita às frases. Marcados é um favorito para mim como leitora, e não vai demorar para que o livro se transforme numa febre, e então não serei a única a angustiar pelo livro dois!

"Eu sirvo ao Enclave."


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14 comentários:

  1. Eu ainda não tinha visto nada sobre esse livro e confesso que olhando ele pela capa, não fiquei nada interessada, no entanto depois da sua resenha passei a ver o livro com outros olhos, até porque você deu uma classificação bem grande para ele, então deve ser um livro bom *o* Enfim, gostei da sua resenha, ficou ótima <3

    Beijos :*
    Larissa - Srta. Bookaholic

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    1. Larissa, como vai? Adorei seu comentário justamente porque foi esse meu pensamento ao olhar o livro, mas arriscando escolhi ele. E adorei! A capa, como eu disse na resenha, é um código. Olhando assim ela não faz o menor sentido e parece ser sem graça, contudo o livro arrasa! Obrigada, flor. Estarei esperando a próxima visita (=

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  2. Amei a resenha,o livro deve se rmito interessante!Beijus
    http://garota-com-lilas.blogspot.com.br/

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  3. Nunca tinha ouvido falar desse livro. Mas pelo que você falou na resenha parece ótimo. Ultimamente ando louca por distopias, então com certeza irei ler este livro.
    Beijos!

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    1. E eu a desejo uma boa leitura, Mayse! Tenho certeza de que não vai se arrepender.

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  4. To de olho nele desde o dia que foi lançado, se tudo der certo em breve leio. To meio nessa onda de séries distópicas, governos futurísticos e tudo mais, acho que esse é uma boa. Show!
    http://epigrafiaalternativa.blogspot.com/

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    1. P.S.: tinha achado a capa bonita só de frente, nas imagens renderizadas. Agora vendo o livro "inteiro" me parece mais bonito ainda. Imagino só a vivo, deve ser bem bacana!

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    2. Eu também ando achando distopias interessantes ultimamente, Allison. Principalmente depois de Marcados, infelizmente ainda não foram traduzidos os outros dois livros da série, mas tô esperando ansiosa. Sobre a capa ela é linda, olhando apenas pela foto de frente realmente não nos traz muitas expectativas, mas a Gutenberg sempre inova nas capas - coloridas e muito bem organizadas. Vale a pena, o livro é recomendadíssimo!
      Volta mais vezes, abraço (=

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    3. Ah! E só complementando: adorei seu blog, nome muito bem escolhido e seus escritos são maravilhosos.

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  5. Oi
    Nunca tinha escutado falar desse livro, ele parece ser bem legal e a capa é linda, anotei o nome dele aqui.

    http://momentocrivelli.blogspot.com.br/

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  6. Com licença peço a vos um momento do espaço do seu blog para destacar não somente a sua dedicação como também a suas resenhas ótimas que vem apresentando, parabens

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  7. Respostas
    1. Obrigada, Wênio! Você sumiu do blog, volta mais vezes (= Ultimamente tenho tido pouco tempo, mas tento sempre atualizar. Saudades!

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