Como iZombie poderia ter reinventado os clássicos sobre zumbis

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A série é uma adaptação dos quadrinhos da DC Comics, também intitulados iZombie, distribuída pela Warner Bros. e televisionada pela The CW na América do Norte, no Brasil é disponibilizada pela Netflix. Na sinopse, Olive Moore (Rose McIver) é vítima de uma tragédia que envolve um acidente num barco durante uma festa na qual foi convidada por uma colega de trabalho, porém o que Olive não esperava era acordar com fome de cérebros e ver sua vida completamente mudada pela seu atual estado biológico. Agora sem noivo e com sua carreira promissora como médica lentamente escorregando pelos seus dedos, Olive encontra um novo trabalho como médica legista de Seattle PD e, com a ajuda de seu chefe, resolve usar de sua condição para ajudar a solucionar crimes.

Enquanto, na maioria das vezes, procedemos logo a julgar o livro pela capa, o dilema de iZombie não está na sua constituição ou nos seus princípios. A série não passa de mera adaptação dos comics da DC (2010-2012), tanto que neles a protagonista, Gwen Dylan, não é a única estranha a caminhar na sua cidade, lá zumbis ou vampiros são problemas a se lidar, o que difere da série. São outros pontos a se constar: nos quadrinhos, Gwen é uma garota comum que, para não perder sua consciência, precisa comer cérebros. Contrário ao que vemos no seriado, Gwen cava tumbas frescas para se alimentar.

O que foi adaptação então? Tanto nos quadrinhos como na série, a protagonista é capaz de, quando se alimenta, ter lapsos de memórias da pessoa a qual o cérebro pertencia. E é aí que começamos a tratar do assunto em questão. São com essas 'visões' que Olive ajuda o departamento de polícia onde trabalha, suas breves lembranças solucionam crimes com a complacência do detetive Clive Babineaux. Chegamos, enfim, ao nosso dilema... A série revela uma comédia fresca e fácil, os atores são todos de uma peculiaridade rara atualmente, porém o tv show parece não ter os intervalos necessários nos quadrinhos. O que isso quer dizer? Quer dizer que quando se está lendo, o leitor é capaz de dar razão ao texto lido. Caso contrário, o livro não passa de um texto sem vírgulas. E isso causa lacunas, falta de pausas, o enredo passa a não ter sentido e provavelmente tudo que se lê se tornará trash.

iZombie faz paradas bruscas, e tudo é fantasioso demais. Se alguém me diz que está tendo visões, em pleno século XXI, a reação mais lógica para qualquer pessoa comum é não acreditar. Analise então como um detetive guia suas investigações em cima de visões da nova médica legista que ele não conhece, parece hilário. Mas, nesse seriado, todo mundo parece levar tudo numa boa. Essa característica de iZombie reveste a série de lacunas, como usualmente acontece em quadrinhos, o seriado parece pular cenas como se aquilo já tivesse sido antes explicado. 

A produção poderia ter sido promissora, caso tivesse investido um pouco mais de vontade em figurino, maquiagem e efeitos visuais. Com um elenco desses, principalmente com Rose McIver como protagonista (sua interpretação está sendo de tirar o fôlego), Rob Thomas e Diane Ruggiero-Wright (criadores dos quadrinhos e dois dos produtores da série) poderiam ter exigido cuidado e um maior comprometimento com a qualidade que a série teria ao ser transmitida aos telespectadores.

Apesar das facetas, iZombie é o tipo de seriado que te prende com a comédia dramática e o suspense leve. A série está na sua segunda temporada, já encerrada, e com a terceira em produção. Fiquem com o trailer:



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